O agrimensor
Ulisses Faria Bandeira conheceu a Fazenda Velha Brasileira em 1939, mas fixou
residência alguns anos depois. Foi o primeiro morador a se casar na colônia, e
em 1956 se elegeu prefeito e viveu em Paranavaí até os últimos dias de vida.
Ulisses Faria, que
nasceu em São Mateus do Sul, no Sudeste Paranaense, se mudou para Londrina aos 17
anos, em 1938, após aceitar um convite do tio Francisco de Almeida Faria para
trabalhar na 4ª Inspetoria de Terras do Estado.
Bandeira se dedicou
muito a atividade e logo se tornou o braço direito de Francisco de Almeida,
diretor da inspetoria. O ofício, Ulisses aprendeu rápido, e em 1939 foi um dos
ilustres convidados a participar da viagem de inauguração da linha
Londrina-Fazenda Velha Brasileira, da Viação Garcia.
Segundo o ex-prefeito
Ulisses Faria, em entrevista à prefeitura, há algumas décadas, a viagem teve
início às 17h30. Chegamos a Brasileira
por volta das 14h do dia seguinte, afirmou. Além de Faria Bandeira, entre
os passageiros da primeira viagem da Viação Garcia a Fazenda Velha estavam o
prefeito de Londrina, João Lopes, e o fazendeiro Humberto Alves de Almeida.
Os viajantes logo
apelidaram a estrada de Londrina a Fazenda Velha Brasileira como “Túnel Verde”.
Como referência à mata densa e virgem que predominava na região Noroeste do
Estado. De acordo com pioneiros, o cenário era tão bonito que chegava a ser
inacreditável.
Jardineira que fazia a linha
Londrina-Colônia Paranavaí em 1946
Muitos pioneiros chegaram a Velha
Brasileira com o ônibus da Garcia
Naquele tempo em que as viagens
duravam de 17 a 18 horas, o “Pavão”(Catita) nunca deixou de cumprir a linha, nem quando
havia só dois ou três passageiros. Com o passar dos anos, a demanda aumentou e
a Garcia quadruplicou o número de viagens. “Em vez de duas por mês, ampliou
para duas por semana”, como enfatizou a pioneira fluminense Palmira Gonçalves
Egger.
Jardineiras também
traziam notícias (Foto: Francisca Schueroff)
Com as jardineiras
não chegavam apenas pessoas, mas também informações, conforme palavras da
pioneira Inês Colombelli: “Sempre às 11h
e às 14h, mulheres e crianças corriam até os ônibus para saber das notícias”,
explicou. Era o único jeito da população se informar sobre o que acontecia no
Paraná, no país e no mundo.
Texto
retirado e adaptado do site Davi Arioch – Jornalismo Cultural.
Disponível em:
http://davidarioch.wordpress.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário