"Os ônibus da Companhia de Terras necessitavam de renovação e Celso Garcia Cid foi a Mogi das Cruzes, em São Paulo, com 3 contos de réis, e comprou uma carroceria de jardineira usada, que trouxe no caminhão. Já tinha, então um 'olhômetro' que media, com precisão, a qualidade de um homem para o trabalho e seu caráter; e já tinha consertado o caminhão com José Ziober, polonês com uma oficina na esquina das ruas Maranhão e Duque de Caxias. Ana Ziober, esposa de José, conta na época em que moravam nos fundos da oficina, tirava roupas do varal logo que secavam ' porque se ficassem mais tempo, tornavam a encardir, de tanta poeira naquele tempo' - quando Celso chegou com seu caminhãozinho Ford. Nos cumprimentou, respeitoso como sempre, e, então, botou a mão no ombro do mecânico, e, com a outra, apontou a carroceria da jardineira na carroceria do caminhão: - Seo José, o senhor consegue fazer esse caminhão virar um jardineira? - Mas, como Seo Celso? - Isso é o que eu vim saber do senhor. E, puseram-se imediatamente a trabalhar. 'Não era fácil', lembra Dona Ana: - José fez a parte de madeira e seu irmão Leon a parte de metal. Começaram em janeiro de 34 e levou meses, tanto que o nenê no meu colo, na fotografia, nasceu em março. Quem quis fotografar foi o Leon, chamou o fotógrafo Luiz Juliani e Seo celso achou muito certo, aí possamos todos. Depois ele montou a jardineira e foi trabalhar."
Fonte:
GARCIA CID, Celso; PELLEGRINI, Domingos. O Tempo de Seo Celso. 2. ed. Londrina: Ipê, 1990. p. 52-53.
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